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    O suco da poesia “subjectiva” de José Inácio de Melo

    Por Eduardo Quive



    Nome novo? Não é o caso. Trata-se de um poeta brasileiro que se iguala ao seu nome: José Inácio Vieira de Melo. A sua poesia é subversiva, mas com certeza há quem pode achar o contrário, pois a subversão, tem mesmo disso: Pode ser perturbador, emocionante, convulsivo, ou simplesmente poético. De Melo é o exemplo que se pode citar na universalidade poética onde o leitor pode se achar, depois de muitas caminhadas. Quer a prova? Vamos dar uma volta na obra “a infância do centauro”, publicada em 2007.

    Com mais de sete obras publicadas, participação em várias antologias e publicações da sua poesia em CD´s, José Inácio Vieira de Melo, poeta, jornalista, mestre em Literatura e produtor cultural, natural de Alagoas, vivendo, desde há muito tempo, na Bahia é uma referência na literatura Brasileira, não só pela quantidade de obras lançadas no mercado, mas pela eficácia dos seus escritos.
    Falar de poesia deste lírico homem, seria nadar em “águas em movimento”, correndo o risco de dizer uma coisa e depois de seguida descobrir-se outra. A sua poesia está em movimento e pode nos tirar daqui para ali, sempre que nos entregarmos a ela.
    Navegando na sua subjectividade, podemos encontrar várias configurações, desde ao jeito tradicional de fazer poesia em onde e o modernismo original da personificação dos sentimentos retratados.
    Cá entre nós, em algum momento podemos o encontrar entre fanáticos do José Craveirinha, mas também, se esconde um bom Patraquim, coração patriótico, nas terras lusas, mas que do nosso povo não se esquece quando respira em versos.
    Podemos encontrar não só os poetas moçambicanos mencionados, mas também localizá-lo noutros contistas, como Calane da Silva em “Gotas de Sol”, onde a palavra fala, tem voz, tem acção e transmite sentimentos.
    No “a Infância do Centauro”, bem prefaciado por Ronaldo Correia de Brito, outro literato que tentou com supremacia achar palavras para descrever a eloquência das palavras de José Inácio de Melo “penso nos artistas que vivem o ofício da poesia e lembro de José Inácio. O escritor argentino Jorge Luís Borges afirma no seu Evangelho Apócrifo: a porta é a que escolhe, não o homem. José Inácio escolheu ser poeta”.  
    São simples palavras que o descrevem longe de Moçambique, mas com a sua poética forma e escrita ladeado pelos continentes países e povos.
    Na referida obra, são publicados no total 81 poemas distribuídos em sete capítulos, dos quais, 41 são inéditos e compõem as cinco sessões que formam a obra, os restantes 40 foram retirados doutras obras, nomeadamente, Códigos do Silêncio, publicado em 2000, Decifração de abismos de 2002 e a terceira romaria, publicado em 2005.
    “Pode-se dizer então, que a infância do centauro é um livro inédito e ao mesmo tempo, uma antologia. Assim, trago aos leitores essa minha profissão de fé, que me conduz pela vida afora e convido-os a fazer uma viagem por esses mundos adentro”, diz o autor no interior do livro.

    O primeiro e o último poema
    - Centauro escarlate e rastros

    Logo ao entrar na sua composição, José, mostra-nos o caminho que pretende percorrer, com um rumo traçado, mas portanto, não claramente identificado, com certeza algo propositado afim de que o leitor se encontre e emocione-se sem limitações nem alienações, possíveis.
    “…e quando for noite alta
    E os acordes de uma aquarela
    Luzirem dentro de teu espírito,
    Deixa o centauro que habita em ti
    Galopar, galopar, galopar
    E transcender a ti e as tuas explicações.

    Há de existir um lugar
    Onde os teus mistérios possam descansar
    Assim, assinala o autor, simbolicamente as portas para entrar na sua viagem lírica, mas deixa claro, igualmente, que os próximos passos serão do leitor e a trajectória será emocionante.
    Nestas estrofes não se localizam apenas a voz do poeta, mas a sensação do bom ritmo e expressividade poética que caracterizará com certeza toda a obra, mesmo os poemas que viajaram das obras anteriores para esta.
    Por outro lado, fica marcada a exigência à observação do “um minuto de silêncio” em memória das almas que terão se perdido ao longo da viagem, a que nos submete “a Infância do Centauro”.
    O poeta traz os segredos da poeira.
    Em sua mão pulsa o nó do espanto:
    Um sorriso bêbado de eternidade:
    Um poema
    Terminado o minuto de silêncio, podemos voltar a perguntar, quem é José Inácio Vieira de Melo?

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