EM DESTAQUE

  • RUA ARAÚJO….É hora de ir a putaria. Conto de Eduardo Quive
  • FESTIVAL INTERNACIONAL SHOWESIA – levando a mensagem sobre a Paz no Mundo através da arte
  • VALE A PENA GASTAR 111 MILHÕES USD PARA ALTERAR A LÍNGUA?
  • Feira do Livro da Minerva Central na 76ª Edição em Maputo”.
  • SEGUIDORES

    LEIA AQUI A EDIÇÃO 51

    Pub

    O passo certo no caminho errado: A oralidade na escrita


    Nelson Lineu – Maputo


    Veio mesmo a calhar a visita da avó Margarida, Eugénio estava empolgado para dar a notícia segundo a qual era o motivo do seu sorriso nos últimos dias, mal entrasse de férias arrumava a mochila e bazava para a localidade onde vivia a avó e nasceram os seus pais, visto que mais tarde migraram para o local onde hoje inventam vidas, para ele era isso e não se discutia mais, tinha como justificação o facto da criatividade africana. Acontecera nas últimas semanas, viu no noticiário a edição de um livro de estórias, as mesmas que ouvia na fogueira da sua avó e deixava-se embalar ou seja futurar nela, o seu maior medo é que elas morressem com o tempo, vendo a sua camada marimbando para elas ou quem de direito, seguir o mesmo itinerário.
    Com edição desses livros tinha com que se orgulhar, não nos perderíamos num enredo que vem sendo traçado há séculos. Contando a avó sobre a boa nova, respondeu com as seguintes palavras:
    - Meu neto, eu também gostaria de estar a sorrir como você, fazendo isso parece-me que estaria a rir-me de mim mesmo. Olha que fiquem bem claro, não me oponho a isso, ainda me chamam de ultrapassada como vocês adoram fazer. Com a edição dessas estórias que não aparecem como iniciativas nossas, como sempre, perderemos o que mais significativo para nós tem nelas. Ora vejamos, elas acompanham-nos há séculos, cada um vai contando a sua maneira adequando-se ao seu tempo e desafios. Com a escrita elas estariam estáticas, contaremos apenas o que estiver lá escrito, estaremos presos as letras e as significações de quem conta. Se queremos preservar essas estórias, não era melhor cada um dar-se a missão de contar passando de geração em geração como temos feito até agora? Mas é esse nosso dilema africano diário conviver com esses dois mundos, mas escolha meu neto, não tem que ser sempre feita a partir de conveniências.

    0 comentários:

    Enviar um comentário

    Pub

    AS MAIS LIDAS DA SEMANA

    Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More