Levai a minha amada para os homens,
Os meus filhos que fiquem com o além.
Levai os meus escritos para o povo,
O que sobrar que seja para quem quiser.
Na minha morte…
Na minha transferência vital,
Na minha derrota sob a vida,
Nos meus passos pelo horizonte,
Na tragédia contra a vida…
Mandam-me para avenida.
Chamem a todos,
Partilhem o meu corpo com os ladrões do Lhanguene,
Entreguem-me aos assassinos do Cardoso,
Partilhem os meus escombros com o além que levou Craveirinha,
Com a desgraça que engoliu as palavras do Amim,
O resto…
O resto fica com o inferno.
Na minha morte,
Poupem-me das omelias do padre João,
Poupem-me das lágrimas que a mim não estarão a chorar,
Não quero honras de ninguém,
Nem nada…
Quero apenas morrer.
Metam-me que urgência na terra faminta que me vai comer com gosto.
Entreguem-me de imediato a justiça divina.
Bem longe de mim
Distante do colo da minha mãe,
Abandonado pela poesia
E Engolido pelo silêncio profundo.
2 comentários:
Esta de parabéns o meu colega Eduardo Quive, o teu texto esta de mais, descrevendo a morte e o ir ao distancia para não mais voltar, uma visão de dentro da morte para fora da vida. abraços
Mauro! Os meus agradecimentos pelo comentário! Que seja feita a minha võntade quando morrer, aliás! Força!
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