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    Croniconto: Aborto recompensado por um copo de cerveja


    Dany Wambire - Beira/Moçambique


    Os dias de calor exigem-nos muita criatividade, mas eles reservam-nos pouca. Anda-se de mãos dadas com a preguiça e não sei se chegamos a ser alcançados pela pobreza.
    Num desses dias, saí a acompanhar amigos. Éramos quatro, eu, Fiodélio, Cornélio e Orquídio. Aonde íamos, eu não sabia de início. Bastava a confiança que neles eu depositava para confiar o destino. E não foi serôdio para que desaguássemos no destino. Adivinhem onde era! Numa barraca, localizada aí nas imediações do bairro Sem Nome. Os meus amigos queriam se livrar do calor socorrendo-se da cerveja, bem fresquinha, diziam eles.
    No seguido, pediram os três, as respectivas cervejas e os competentes copos. Eu resignei. Eu não bebia. Ou melhor, ainda não bebia, assim corrigir-me-ia minha avó. É que os que afirmavam, de forma categórica, que não bebiam, segundo a minha avó, se tornavam excelentes bêbedos. Tudo por força da maldição. Podiam ser-lhes rogadas pragas. Cervejas, a bem dizer. Cerveja é maldição? Não respondo só em benefício dos bêbedos.
    O mais importante é que nesse momento de ingestão e digestão da cerveja, sucedeu um facto engraçado com proficiência de ser croni-contado. Com efeito, irrompeu no grupo de bêbedos uma jovem mulher. Jovem como quem diz, a mulher não tinha competência para tal orgulhosa consideração, pois as polpas lhe haviam arredondado em demasia o corpo, a beleza se evadido do seu rosto depois de tantas bofetadas, a voz se adensado masculinamente.
    Ademais, a mulher era portadora de imensas carnes debaixo do ventre, produto de duas práticas, uma longínqua e outra recente. Barriga se avolumara, primeiro, à conta de cerveja, formando uma notável saliência, que os bêbados homens chamam curva de felicidade, segundo, por causa de um recente aborto que ela engendrara duma gravidez de quase cinco meses.
    A mulher irrompeu a acachorrar-se entre os bêbedos, mendigando copo de cerveja. As estratégias aplicadas até ao momento redundaram num fracasso. Foi, então, a partir desse momento, que a mulher mudou de estratégia, atentando-se ao Fiodélio e fitando-lhe nos olhos lamentou, absorta:
    ― Fiodélio, você não pode pagar um copo de cerveja a mulher que tirou tua barriga de cinco meses!
    Atónitos, todos desataram a rir incluindo o próprio Fiodélio. Mas ele é que devia agir, silenciar outros segredos que podiam ser revelados, eventualmente, por aquela mulher. E acabou mesmo afiançando a paga do solicitado copo.
    -serife � o a hi� ؁� age: PT'>― Explicou o paciente. ― Estavam munidos de armas, sei lá se eram brancas, pretas ou azuis! ― Concluiu.
    No seguido, os enfermeiros aconselharam-no a participar a ocorrência ao polícia ali próximo, em serviço naquele hospital regional. Para seu azar, todos os polícias já estavam informados da presumível vinda de um paciente sangrando no rosto. Bastava, de resto, o local do sangramento e o local da ocorrência, para permitir o seguimento das investigações policiais.
    Destacaram um polícia para assistir ao tratamento do queixoso. E o jovem, ingénuo, pensou estar a ser protegido como vitima de assalto, é claro. Terminado o tratamento, um carro policial estava à sua espera, para o apresentar no posto policial da zona, onde ele supostamente fora salteado. E era neste posto policial que estava aguardando o meu comandante, o verdadeiro ofendido.
    O oficial da polícia em serviço ouviu, no seguido, a explicação do recém-chegado queixoso. O jovem se explicou, como já fizera no hospital regional, enquanto o oficial o acompanhava, circunspecto. Depois sucedeu o inesperado por parte do jovem recém-adentrado pela esquadra policial. O oficial mandou chamar o comandante Maventura Campestre, até ao momento ocultado, e perguntou seguidamente ao jovem:
    ― Este é o senhor que te assaltou? 

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