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    O PASSO CERTO NO CAMINHO ERRADO: Fala, silêncio e tom


    Nelson Lineu - Moçambique

    Maratona-mo-nos todas as vinte e quatro horas, a meta é alcançar um problema
    uma mão sujando a outra o vencedor é quem detecta
    mais dificuldades em nós; ao atingir a meta
    dissemos é para quem de direito
    que podem ser todos
    menos
    nós.

    E sta maratona descrita por mim é o cenário que vem nos caracterizando em todas esferas do nosso quotidiano. Precisamente aos artistas, aos analistas da praça, aos políticos - incluindo os governantes -, mais parece estarmos a lutar para encontrar problemas do que propriamente resolvê-los ou procurar mecanismos para tal, aceitaria até com palmas se ao menos os novos problemas fossem soluções dos anteriores. Há que definir o que é problema? E para quem é? As indagações deviam servir para abrir caminhos – o contrário do que se tem feito actualmente: servem de pedras, fechando ou tornando o caminho estreito, a maior parte das vezes intransitável com armadilhas que interpretam-nos como imagem no espelho a frágil democracia, enfraquecendo deste modo os nossos instintos de sobrevivência. Mas também como André Maurois penso que sem espírito crítico nenhum homem se pode considerar livre.
    Para esta edição coube-me o desafio resistível, de escrever sobre a AEMO (Associação dos Escritores Moçambicanos). O desencanto é porque quando desembarco nesse barco-escrita a corrente da água deixa-se levar pela admiração, espanto ou indignação. Nesse caso nem uma, nem as duas coisas. Nietzche diz que não devemos ser médicos dos incuráveis. Será que estamos perante esse caso? Será que esse é o motivo do meu pouco entusiasmo?
    Não se trata de optar pela indiferença, pelas minhas posições em certos fóruns em relação a AEMO, o meu silêncio até aqui pode deixar a desejar. Uma vez sobre o silêncio num poema escrevi: “o silêncio também é música, sendo música: mal tocado cria ruído” É caso para dizer que quando se trata da AEMO actualmente, calados ou não o tom é alto - (um adjectivo por caridade). Mas não vou terminar sem partilhar um episódio:
    “Certo dia, numa palestra organizada pelo Movimento Literário Kuphaluxa – uma das actividades do em que um escritor faz uma apresentação com o tema: por que ler? - Um estudante perguntou ao orador que por sinal já foi secretário-geral da AEMO: Com quantos anos pode-se lançar um livro ou tornar-se escritor?” A pergunta a priori parece carecer de sentido. Mas para o estudante tinha e muito, assim como o meu enfado ao tentar escrever sobre o tema proposto. Mas perguntas como essa circulam nas cabeças de muitos moçambicanos.

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