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    Outro olho da Carla!

    Eduardo Quive – Maputo

    Chamas pariram-se na mais brilhante cor da noite
    Caíam em restos bocados de ventos no escuro
    No feitiço da alma.

    Vozes da sua alma
    Se ouviam como orvalho
    Que cai na sede do dia

    Milagres do Inverno e bênçãos do verão.
    E verão a quem os olhos da minha alma?
    Na saudade do tempo
    Verão a quem estes restos da imensidão na esfera da vida?

    Verão a Carla
    O outro olho.
    Olho que não olhara nada
    A ninguém
    Nem o outro olho.

    Outro olho da Carla
    Soubera cuspir a sua vista no meu rosto
    Apalpando a minha alma
    Que se afagou sem cessar

    E os nossos olhos…
    Olham-se mutuamente,
    Humilhando as hormonas,
    Distraídos dos homens e da humanidade.

    Mas apenas olham-se
    Com destino a eternidade.
    Dois amores perdidos
    Para a herança da vida.

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