Aline Pereira – Rio de Janeiro
No vácuo ao largo, um corpo que arde
Inválido bardo ao canto, debalde:
E treme com febre, mas finge que escreve,
pendido à muleta um palhaço perneta.
Tal bobo, sacode e balança na corda,
e bêbado cede a perna, que esquece
sentindo no alto a lambida de vida
da lua, acordada, e ao meio partida.
"Falta a mim também um pedaço"
Volta à musa em consolo o palhaço,
sem dela enxergar toda a pança,
quando vem da plateia um Oh!
Arregala-se, gira o braço,
busca a amiga fatal do espaço,
e lunático em queda ele dança,
sozinho, sem partes, sem dó...
1 comentários:
Lindo desarranjo... Adorei! Linda simplicidade essa! Parabéns!
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