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    Arco – flechas…

    Celso Folege - Maputo


    Involuntariamente o título causou susto!
    Será alguma guerra?
    É mais uma de " n " batalhas
    Em que flechas são poderosas armas?


    Não!Hoje são poderosas estrofes, rimas
    Não! Aqui as vitimas não são físicas
    Os alvos não são específicos
    Aqui as vitimas são aleatórias
    Os danos, nem sempre catastróficos
    dependem do grau de cognição
    dos destinatários
    os alvos são todos racionais
    Meus com-planetários 

    Aqui não há cessar – fogo
    Porém, há  um contágio de fogo
    Para atingir até os mais carenciados
    Aqui as tácticas de combates
    São excertos de todos poetas citados
    Todos poemas publicados
    Todas obras – flores
    Onde outros poetas sugam polém
    Como se abelhas fossem
      
    A poesia, arco e flechas
    Arco permanece na alma do poeta
    Flechas são versos – balas perdidas
    A elas todos somos potenciais vulneráveis
    Pois temos uma infinidade de inarráveis
    anomalias psíquicas, fendas comportamentais
    Aqui não há  excepções, em becos ou avenidas
    Minguamos desses golpes, como mendigos da gorjeta

    E então! O que quer o poeta?
    Conseguirá  ele moldar o planeta?
    Se essa for a sua utópica meta? 

    Não, o poeta não irá moldar o planeta
    Seus escritos são delegados dessa missão
    O poeta é  apenas a caneta
    Instrumento sólido e variável
    Importa mais o conteúdo
    Que é  a força motriz
    Para arrancar cada anomalia
    Pela sua basilar raiz. 

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