As hienas também sorriem é o novo livro do escritor moçambicano Aurélio Furdela,
a sair brevemente.
Contista e dramaturgo moçambicano, representativo da novíssima prosa
moçambicana, depois de publicar De medo
morreu o susto (2004, 2a edição), contos que encetam uma
incursão surrealista no universo tradicional moçambicano, no que ele tem de
antítese em relação aos valores da modernidade, Gatsi Lucere (2005), texto dramático que representa o Estado de
Mwenemutapa, e O golo que meteu o árbitro
(2006), crónicas desportivas, Furdela brinda-nos, desta vez, com esta afirmação
categórica e insólita: As hienas também
sorriem.
Trata-se de um livro de contos sobre um Moçambique lido, pelo autor, numa
perspectiva diacrónica, desde a independência até estes anos, em que o país, de
olhos postos nas riquezas minerais que jazem sobre os pés moçambicanos, almeja
um futuro de utopias possíveis.
É sobre este esteio, entre passado, presente e futuro, que a escrita de
Aurélio Furdela assume, em As hienas
também sorriem, o carácter satírico quanto catártico de uma escrita que
sabe arremessar a memória nacional, de dor e vitória, contra as muralhas que
escondem a hipocrisia, a intolerância, a agressão e a cobardia do presente, mas
sempre em busca de um oásis.
Lucílio Manjate
0 comentários:
Enviar um comentário