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    Niloka

    De: Eduardo Quive - Maputo
    Enquanto os versos se trancavam na sua boa
    No sigiloso beijo da sua boca
    A minha voz se exaltava no silêncio
    No silencioso grito do silêncio.

    Não era ninguém
    Não era nada que se iguala a alguém
    Não tinha povo no meu peito
    E habitava com demasia o mau jeito

    Não era ninguém
    Não tinha gente nos meus olhos
    Nem tu nem outros
    Nem era terra que vivesse com alguém.

    Na orgia da minha ardência
    Reina com abundância
    A menina da infância
    No rosto do meu anseio
    No sonho de ser seu parceiro.

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