De: Américo Matavele - Maputo
Horizonte
A calma que me invade inteiro
Pensamentos rasantes em por do sol
Na penumbra dos sentimentos mais estáticos
Pergunto-me se existo no meio deste caos
Onde a aceitação tácita de aberrações me comove
Alegrias estranhas nas madrugadas de sábados
Capturando donzelas sem norte para o abismo
Sorridentes
Bodes expiatórias de sangue fresco nas bancas
Transaccionados pela necessidade de nada
Vazio dispensável em queda livre expontânea.
"A magumba haaléééééno!!!"
Gritam no silêncio das estradas e estrados dos anónimos
Agitadas dentro das sedas fohkon das lojas das damas
Nadando no nauseabundo de uma elite em falência certa.
Gritam e agitam-se nas barracas, nos coconuts e sei lá onde
Spins e Redds sem preço conhecido nas mãos lisas
Puxadas pelo cifrão para o meio dos holofotes gotejantes
Deixando a personalidade refém do desejo de ser algo além.
Faço de novo a pergunta: Sou deste lixo mesmo?
Pertenço a esta lixeira nauseabunda e escorregada?
É sociedade isto ou um simples mercado de virtudes ao contrário?
Será que o louco neste jogo sou eu?
0 comentários:
Enviar um comentário