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    Sessão de Contos na Livraria Minerva Central em Maputo


    Terá lugar neste sábado as 10 horas e 30 minutos, a Sessão de Contos na Livraria Minerva Central em Maputo. Trata-se da cerimónia de encerramento do curso "A Arte de Contar Histórias", promovido pelo Instituto Camões de Maputo. Contarão as histórias, Ana Luiza Baptista, Ana Rita Sequeira, Bernardo Chicamba, Nuno Negrões, entre outros. As ENTRADAS são LIVRES.

    Flor sereia


    Alexandro Soares do Valle – Rio de Janeiro

    Pedra
    Canela
    .Jasmim
    que Bela
    Você
    sorrindo
    pra mim

    areia
    Mar
    lua
    Sereia
    calor
    um poeta
    morrendo
    de amor

    fisgado
    pelo canto
    embriagado
    de olor
    perfeito
    Encanto
    de Sereia
    e Flor

    Abraço a Palavra


    Ruth Berta Boane - Tete

    Como o vento abraça o mar
    Conjugo os verbos brutalmente
    Devoro um livro e fico sem ar
    Cuspo as palavras eloquentemente.

    Ai, ai, ai! Sou pela poesia enjectada
    Yewé! As palavras são drogas que fazem
    De mim uma mulher casada.
                                 
    Casada sou com a poesia
    Consumida sou pelas palavras
    Louca sou pela arte de escrever
    Ah! Quem me dera essa poesia dizer!

    O meu sangue já está consumido
    Ele já está consumido...
    Mamanôôôôôôô...
    Mamanôôôôôôô....
    O meu sangue está consumido...

    Sou eu mutante de sangue literário!
    Sou pelas palavras abusada sexo-eticamente.

    O mensageiro das melhorias


    Nelson Lineu – Maputo  

    Nas artérias da cidade
    mesmo ao lado do monte de lixo,
    um homem
    que pelas aparências
    estava pior que o outro financeiramente

    sentiu necessidade de ajudar
    levando o outro a igreja.

    Entrando na casa do Senhor
    ouviria o que ele tem para dizer
    a vida melhoraria
    os problemas seriam resolvidos.

    O convidado inocentemente respondeu perguntando:
    Os teus problemas foram resolvidos,
    a tua vida melhorou?

    Alegorias e outras coisas


    Vicente Sitoe

    Cada qual tem direito às suas paranóias
    um livre arbítrio sagrado às suas psicoses
    e uma passagem obrigatória pelas simbioses
    Vivemos uma vida repleta de histerias
    Morreremos uma morte cheia de mistérios
    onde ganharemos novos poderios
    e a vida pingará as suas reticências

    Somos a parte pensante da natureza
    a essência de todas alegorias da vida
    e a fonte de toda a sua alvorada
    Somos o resumo alegre da tristeza
    uma bússula na viagem sem destino
    na qual Deus é o nosso patrono
    que tenta nos livrar da avareza

    Somos escravos dos nossos pensamentos
    Somos humanos porque assim nos chamamos
    Livres, porque assim sonhamos
    Idealizadores dos nossos sofrimentos
    Somos um erro admissível
    Somos uma espécie mutável
    servos dos nossos próprios instintos

    Para levar avante a Literatura: Zeca Craveirinha passa o testemunho para o Movimento Kuphaluxa


    Por Eduardo Quive
    O Movimento Literário Kuphaluxa realizou no dia em que José Craveirinha completaria 89 anos, 28 de Maio, um Sarau de Poesia na casa onde o poeta viveu os seus últimos 27 anos, no bairro da Munhuana arredores da cidade de Maputo. Na mesma ocasião, o filho do poeta-mor, fez a passagem do testemunho para os jovens, através do Kuphaluxa para garrantir a continuidade no desenvolvimento da arte da escrita, como seu pai, sempre quiz.
    O evento que juntou vários declamadores e poetas serviu para exaltar a poesia do considerado Poeta Maior de Moçambique e reflectir sobre a sua vivência, facto que ditou a realização do evento na sua casa.
    O Sarau foi o seguimento do evento que decorreu no Centro Cultural Brasil Moçambique na quinta-feira da mesma semana, que serviu para relançamento da Obra “Maria”.
    Para a família Craveirinha, o livro “Maria”, editada pela primeira vez em 1988, reflecte a dimensão real do Craveirinha, Homem, Cidadão e Poeta, cuja exaltação não se cingiu apenas as rimas e versos da Negritude, mas da família no seu todo, colocando a esposa ao seu lado e não por de trás.
    A família Craveirinha deu a conhecer no mesmo evento alguns segredos de vida quotidiana com José Craveirinha, o que constituiu uma oportunidade única para os jovens amantes da literatura e da sociedade em geral.

    declaração de sonhos


     Nelson Lineu - Maputo

    Talvez os nossos
    quando tomam posse não tenham mesmo nada
    daí a não declaração de bens
    a eles fazem declaração de sonhos

    *.*.* ''Quero Ser Uma Flor'' .*.*.*


    Alexandra Dagmar – Tete

    Oh, se eu fosse uma Flor
    Carismatica flor seria eu…
    Encharcada de amor,
    Em contra partida, repleta de dor…
    Pelas minhas proprias espinhas,
    Picar-me-ia.
    Sem doh nem piedade,
    Magoar-me-ia

    Ah, que bela flor!!
    Sem sombra de duvidas, de entre as mais rediantes
    A mais bela Flor!!
    Como bela flor que seria,
    Contagiar-te-ia o meu calor…

    Quisera eu ser uma flor,
    Pudera eu, contentar-me de amor….
    Diariamente, pela luz do sol iluminada.
    Por benevolentes chuvas,
    De inverno a verão, regada.

    Quero ser uma flor!!!
    Eternamente abeçoada….

    Outro olho da Carla!

    Eduardo Quive – Maputo

    Chamas pariram-se na mais brilhante cor da noite
    Caíam em restos bocados de ventos no escuro
    No feitiço da alma.

    Vozes da sua alma
    Se ouviam como orvalho
    Que cai na sede do dia

    Milagres do Inverno e bênçãos do verão.
    E verão a quem os olhos da minha alma?
    Na saudade do tempo
    Verão a quem estes restos da imensidão na esfera da vida?

    Verão a Carla
    O outro olho.
    Olho que não olhara nada
    A ninguém
    Nem o outro olho.

    Outro olho da Carla
    Soubera cuspir a sua vista no meu rosto
    Apalpando a minha alma
    Que se afagou sem cessar

    E os nossos olhos…
    Olham-se mutuamente,
    Humilhando as hormonas,
    Distraídos dos homens e da humanidade.

    Mas apenas olham-se
    Com destino a eternidade.
    Dois amores perdidos
    Para a herança da vida.

    Prosa Poética de Aline Pereira


    Aline Pereira - Rio de Janeiro

    Ereta na cadeira rígida da biblioteca, Clara sente algo. O rapaz contempla seu ídolo com duas sementes vistosas, a que ela retribui com única mas gigantesca gema de esmeralda. Ele estava perdido. Não por estar longe de casa e sim por não conhecer o mar. Ela sentia frio, e o frio a endurecia mais e mais. Tudo dentro do seu corpo congelava. Logo compreendeu que acabava ali. Seu pensamento não foi outro além de "como estou cansada de prestar sempre contas à razão!" Mesmo assim, esperou até a exaustão naquela estranha brincadeira de imitar ossos. Depois, resolveu participar de um filme que contava uma história de fantasmas. Dois roteiristas e o diretor aguardam por ela. Algum tempo depois, Clara está sendo empurrada por eles para dentro de uma água profunda e negra. O diretor pergunta: 
    Você está  com medo? (Ela não está) Eu morri - responde. Estou morta.
    O ator coadjuvante se aproxima sem pensar e intui que tudo seja um sonho. 
    Clara lhe dirige um olhar de predador em direção à presa, depois fala calmamente: Pode ser o sonho de vocês, não o meu.
    Um inexplicável pavor começa a crescer dentro de todos da equipe de filmagem...
    Eu continuo sentada olhando para a tela, que cambia entre tons do cinzento de um céu de fumaça. Pouco a pouco então levanto o meu corpo e dirijo ele para a minha casa. No caminho não encontro nada. Apenas um vento suave e uma chuva silenciosa de maio.   

    VII CONCURSO DE TROVA GAUCHESCA “JOSÉ BARROS DE VASCONCELLOS”

    A Estância da Poesia Crioula torna público que:
    1) Estão abertas até 04 de junho de 2011 as inscrições ao Concurso de Trova Gauchesca José Barros de Vasconcellos.
    2) O tema do Concurso é livre, porém, deverá abordar a história, lendas, tradição, usos ou costumes do Rio Grande do Sul.
    3) A trova deve ser escrita, inédita, setissilábica, rimando o primeiro verso com o terceiro e o segundo verso com o quarto.
    4) Cada autor poderá concorrer com o máximo de três trovas. Deverá acompanhar o trabalho um envelope menor, lacrado, contendo: pseudônimo, nome completo, endereço, telefone e e-mail (Se houver).
    5) Os trabalhos deverão ser encaminhados, em três cópias, até o dia 04 de junho de 2011 para o seguinte endereço:
    ESTÂNCIA DA POESIA CRIOULA – EPC                                                                                                             Rua Duque de Caxias, 1525, Conj. 49/D                                                                                        CEP: 90.010-283 - Porto Alegre - RS – BRASIL
    9) Deverá  ser enviado junto com os trabalhos, uma contribuição simbólica de R$ 10,00 (Dez reais), a título de inscrição.
    10) Os trabalhos serão julgados por comissões especializadas, indicadas pela instituição promotora do concurso.
    12) PREMIAÇÃO: Serão selecionados cinco trovas com Menção Honrosa, que receberão diploma.
    Serão selecionadas três trovas vencedoras, que receberão diploma e troféu.
    11) Os resultados serão proclamados e os prêmios conferidos em solenidade especial, em Porto Alegre, durante a realização do 55º Rodeio de Poetas Crioulos, no último final de semana do mês de junho de 2011.
         Porto Alegre, 25 de abril de 2011.
    ___________________________________
               Cândido Brasil           
    Presidente

    CONCURSO LITERÁRIO CRISTÓVÃO PEREIRA DE ABREU


    I – JUSTIFICATIVA
         O ciclo do Tropeirismo foi importante fator de desenvolvimento econômico e social, no Brasil e demais países do Mercosul.
         Foi ele, ainda, fator de integração entre esses povos, razão pela qual a Estância da Poesia Crioula, voltada para o resgate histórico e cultural desse ciclo, criou o CONCURSO LITERÁRIO CRISTÓVÃO PEREIRA DE ABREU, com o qual rende homenagem aos tropeiros, verdadeiros desbravadores do Rio Grande.
    II – REGULAMENTO
    1) As categorias deste concurso são: PESQUISA HISTÓRICA, POESIA E TROVA.
    2) Os trabalhos deverão ser inéditos, redigidos em português ou espanhol, tendo por tema o tropeirismo. Deverão ser enviados em três vias e sob pseudônimo.
    3) Poderão participar deste concurso pessoas naturais dos países do Mercosul.
    4) PESQUISA HISTÓRICA: Deverá conter duas páginas no mínimo e cinco páginas no máximo, com trinta linhas cada uma,(espaço dois), ocupando um lado apenas, da folha. Deverá acompanhar o trabalho um envelope menor, lacrado, contendo: pseudônimo, nome completo, endereço e telefone.
    5) POESIA: Serão aceitas todas as modalidades poéticas. A poesia deverá conter no máximo 120 versos ou linhas. Deverá acompanhar o trabalho um envelope menor, lacrado, contendo: pseudônimo, nome completo, endereço e telefone.
    6) TROVA: Este gênero, o mais cultivado no tropeirismo, compreenderá a trova escrita, setissilábica e com rima dupla, rimando o primeiro verso com o terceiro e o segundo com o quarto. Máximo de três trovas por autor. Deverá acompanhar o trabalho um envelope menor, lacrado, contendo: pseudônimo, nome completo, endereço e telefone.
    7) Cada autor poderá concorrer com um trabalho em cada categoria, sendo que poderão ser enviados em um mesmo envelope.
    8) Os trabalhos deverão ser encaminhados, em três cópias cada um, até o dia 04 de junho de 2011 para o seguinte endereço:
    ESTÂNCIA DA POESIA CRIOULA – EPC                                                                                                             Rua Duque de Caxias, 1525, Conj. 49/D                                                                                        CEP: 90.010-283 - Porto Alegre - RS – BRASIL
    9) Deverá  ser enviado junto com os trabalhos, uma contribuição simbólica de R$ 10,00 (Dez reais), a título de inscrição.
    10) Os trabalhos serão julgados por comissões especializadas, indicadas pela instituição promotora do concurso.
    11) PREMIAÇÃO: Serão selecionados os quatro melhores trabalhos em cada categoria, os quais receberão diploma.
    Os primeiros colocados em cada categoria receberão o troféu “CINCERRO DE PRATA”.
    12) Os resultados serão proclamados e os prêmios conferidos em solenidade especial, em Porto Alegre, durante a realização do 55º Rodeio de Poetas Crioulos, no último final de semana do mês de junho de 2011.

         Porto Alegre, 25 de abril de 2011. 
    ___________________________________
              Cândido Brasil            
    Presidente

    X CONCURSO DE POESIA “TAVEIRA JÚNIOR” E DE CONTO “ALCIDES MAYA”


    A Estância da Poesia Crioula torna público que:
    1) Estão abertas até 04 de junho de 2011 as inscrições ao X Concurso de Poesia “Taveira Júnior” e de Conto “Alcides Maya”.
    2) O tema do Concurso é livre, porém, deverá abordar a história, lendas, tradições, usos ou costumes do Rio Grande do Sul.
    3) A poesia deve ser inédita, não devendo exceder a 120 versos ou linhas. Nela deverá constar apenas o pseudônimo.
    4) O conto deverá  ser inédito, contendo no mínimo duas e no máximo cinco páginas, digitadas em espaço dois. Nele deverá constar apenas o pseudônimo.
    5) Cada autor poderá concorrer com um trabalho em cada modalidade: poesia e conto.
    6) Deverá acompanhar o trabalho um envelope menor, lacrado, contendo: pseudônimo, nome completo, endereço, telefone e e-mail (Se houver).
    7) Os trabalhos deverão ser encaminhados, em três cópias, até o dia 04 de junho de 2011 para o seguinte endereço:
    ESTÂNCIA DA POESIA CRIOULA – EPC                                                                                                             Rua Duque de Caxias, 1525, Conj. 49/D                                                                                        CEP: 90.010-283 - Porto Alegre - RS – BRASIL
    9) Deverá  ser enviado junto com os trabalhos, uma contribuição simbólica de R$ 10,00 (Dez reais), a título de inscrição.
    10) Os trabalhos serão julgados por comissões especializadas, indicadas pela instituição promotora do concurso.
    12) PREMIAÇÃO: Os trabalhos selecionados do 1º ao 5º lugar receberão diploma.
    Os trabalhos classificados em 1º, 2º e 3º lugares receberão Diploma e Troféu.
    11) Os resultados serão proclamados e os prêmios conferidos em solenidade especial, em Porto Alegre, durante a realização do 55º Rodeio de Poetas Crioulos, no último final de semana do mês de junho de 2011.
         Porto Alegre, 25 de abril de 2011.
    ___________________________________
    Cândido Brasil
    Presidente E.P.C.

    Governo nega registo da fundação Craveirinha


     Eduardo Quive - Maputo
    José Craveirinha, considerado Poeta-maior de Moçambique

    Teve lugar ontem em Maputo, um evento de relançamento da obra Maria, do Poeta-mor moçambicano, José Craveirinha, o considerado poeta maior de Moçambique e distinguido Herói Nacional, pelo seu envolvimento para a libertação do País e integridade do negro, através da palavra.
    O acto, encuadra-se nas celebrações do seu 89º aniversário do Nascimento do poeta, que se assinala no dia 28 de Maio.
    Craveirinha, tal como Malangatana, fizera sua luta através da arte e exerceu um fundamental papel para a elevação do nome de Moçambique além fronteira e interco0nalizou-se com a sua poesia que é o exemplo da Negritude.
    A morte o surpreendeu a seis de Fevereiro de 2003, vítima de doença e a daí, os seus restos mortais foram depositados da cripta da Praça dos Heróis Moçambicanos oficializando-se, igualmente, a elevação do Homem a Herói Nacional.
    Entretanto, depois da sua morte, a família Craveirinha submeteu nos finais de 2007, uma escritura para a criação da Fundação José Craveirinha, com objectivo de preservar o seu legado que constitui um autêntico valor cultural do país e do mundo, para além de existirem vários documentos por conservar e que podem ser de domínio público.
    Zeca Craveirinha, filho do Poeta – mor, falando no acto de Homenagem e relançamento da obra “Maria”, por sinal, a última obra que seu pai lançou e a mais importante, disse que a maior preocupação da família é a preservação do legado histórico de José Craveirinha através da criação duma fundação com o seu nome, uma proposta que está a mais de três anos nas mãos do governo.
    “Quando lembro-me do meu pai, ele inspira-me para mais alguma coisa, mas a minha maior preocupação é andarmos para frente com coisas concretas e isso não estou a ver. Já devia existir a fundação José Craveirinha e porque é que não existe?”.
    Para explicar a sua preocupação, Zeca Craverinha prosseguiu afirmando que “a família já submeteu os estatutos ao Ministério da Cultura mas a anos estamos a espera. É isso que me preocupa.”
    Quando perguntado se as acções do governo para Homenagear José Craveirinha satisfazem a família, Zeca respondeu que “é insuficiente. Estou preocupado”.

    Reza, Maria

    Suam no trabalho as curvadas bestas
    E não são bestas
    São homens, Maria!

    Corre-se a pontapés os cães na fome de ossos
    E não são cães
    São seres humanos, Maria!

    Feras matam velhos, mulheres e crianças
    E não são feras, são homens
    E os velhos, as mulheres e as crianças
    São os nossos pais
                                                 Nossas irmãs e nossos filhos, Maria!

    Crias morrem à mingua de pão
    Vermes na rua estendem a mão à caridade
    E nem crias, nem vermes são
    Mas aleijados meninos sem casas, Maria!

    Do ódio e da guerra dos homens
    Das mães e das filhas violadas
    Das crianças mortas de anemia
    E de todos os que apodrecem nos calabouços
    Cresce no mundo o girassol da esperança

    Ah! Maria,
    Põe as mãos e reza
    Pelos homens todos
    E negros de toda parte
    Põe as mãos
    E reza, Maria!

    Um dos Poemas da obra "Maria" de José Craveirinha

    Convite


     A Diretoria da Academia de Letras de Taguatinga, em
     seu último ato administrativo do biênio que se encerra, convida Vossa
     Senhoria e família para a posse da Nova Diretoria Administrativa,
     denominada Castro
     Alves, composta por:

     Gustavo Dourado, Presidente,
     Margarida Drumond, Secretária Geral,
     Emanuel Lima, Tesoureiro,
     Donato Epifânio,Segundo Tesoureiro.

     Haverá ainda a posse do Conselho Fiscal, composto por:

     Titulares:

     Nara Nascimento e Silva,
     José Aureliano dos Reis,
     Hélio Soares Pereira

     Suplentes:

     Porfírio Magalhães,
     Antônio Tenório dos Reis
     Pedro Gomes da Silva.

     Serão empossados os seguintes Secretários Gestores:

     Administrativo, José Orlando Pereira da Silva;
     Comunicação e Divulgação, Ildefonso Sambaíba;
     Biblioteca e Arquivo, Aydson Oliveira Cruz;
     Cultura, Custódia Wolney,
    Assessoria Jurídica,Oldina Eustórgio da Silva.

     Será empossado o Conselho Consultivo.

     Na ocasião,comemorar-se-á os 53 anos de Taguatinga e o
     Jubileu de Prata da Academia de Letras de Taguatinga.
     Lançamento do Nº1 da Revista Acadêmica da ALT–DF.
     O público será brindado com atrações artísticas e
     recital poético de escritores da ALT–DF.
     Participação especial do Coral Alegria, sob a regência
     da maestrina Ana Boccucci e do compositor Nestor Kirjner;
     Apresentação do mímico Abder Paz,com o espetáculo "o Trabalhador"
     Voz e Violão: Aneir Antônio; Donato Epifânio e Luiz
     Gonzaga de Oliveira/Moisés Alfredo;
     Causos e poemas apresentados por Ruiter Lima;
     Performance da atriz Sandra Schneider.

     Data: 04 de Junho de 2011, às 19 horas.

     Local: Praça do DI – CNA 02 Lote 11 - Edifício
     Gonçalves Dias–Auditório–5º Andar.Taguatinga - DF
     Informações : 32011745(ALT-DF,à tarde)
     93281839(Gustavo)
     92187694(Ronaldo)

     Os académicos, académicas e convidados serão
     recepcionados pela equipe de relações públicas da ALT-DF.

    Prosa Poética de Aline Pereira


    Aline Pereira – Rio de Janeiro

    O meu herói é um sertanejo perseguido pela polícia, ao mesmo tempo em que sonha com uma história de amor. Todos esperam fugir com o que ele esconde, e sentem muita sede, mas a água é propriedade da mulher que esfria sob a iluminação dramática da biblioteca. Ele se pergunta se ela estaria no palco de encenação das nuvens, enquanto a moça é envidraçada, como ossos de crianças vendidas por igrejas romanas. Ele, que um dia guardara o sonho no fundo dos olhos, foi o arquétipo romântico que a leitora inventou. Rebelde, apaixonado, veio atrás da observadora estática de um olho único. Eram tantos livros que ele apenas sorria com seu par de órgãos em movimento constante. Bastava. Ela era cinza, fria e dura mesmo antes de morta. Agora, as esmeraldas pelas quais ele se perdera cabem num baú sob a terra. A terra é lugar dele também, mas seus pés ainda pisam o chão, e ele sente na palma a correnteza do rio que passa por debaixo. Seu nome, o pai lhe dera porque achava bom. Vinha de uma família de homens. Fosse um nome de mulher como Ismália, ele mesmo, o pai, levantaria uma torre alta para pular no espelho em noite de lua gorda. Mas a mata, a biblioteca, e todo espaço é agora para o meu herói um tempo em suspensão, onde se encontram o silêncio e a ausência. A mulher morta que ele amou sempre teve predileção pelo oculto e pelos labirintos cheios de dobras como origamis. Ela não buscou nada, tampouco fugiu, mas ele foge o tempo todo, e também busca e carrega o que pode. Para trás apenas a cabana queimada, sem sementes. Conforme a hora do dia, ele chega numa praia e observa o mar aludindo ao eterno movimento do universo e da vida. O fim do mar não há, mas o outro lado sim. Do outro lado, os pássaros observam o snorkel no arquipélago. Na Ilha, meia dúzia de esposas sabem que o céu está a venda, e do barco o homem do leme grita pra elas: "Forjai lâminas!" Elas tremem pois sabem que precisam mesmo das armas. Meu herói, que já não  é mais um menino, nunca teve mãe. Um menino, se descoberto, foge pra casa mesmo que sua mãe não permita a sua entrada e o obrigue a se desculpar com as onças. O meu herói não vai poder terminar a sua caminhada em busca do arco-íris. Ele mergulha no tanque elíptico do infinito para esquecer que nunca deixou de ser homem. Nadando o quanto pode nesse espaço que não se permite conhecer, atualiza-se em peixe, renascendo do inusitado, e adquire formas e cores variadas, fazendo seu corpo flutuar no encantamento.





    ______________________________________


    Aline Pereira


    Sou formada em Publicidade, atualmente estudo Letras (Português / Literaturas) na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), tendo optado pelos estudos literários. Colaboro com trabalhos em pesquisa de Literatura Brasileira. Tive um artigo publicado na revista SOLETRAS (UERJ) em 2010, Traços do Decadentismo na poesia brasileira de 1880 a 1920: Raimundo Correia e Gilka Machado. No mesmo ano ganhei o segundo lugar, no gênero Poesia, em um concurso de Literatura promovido pela UERJ, e meu poema Sonolência foi publicado na revista Relevo (UERJ). Dedico-me a escrever poesia e prosa poética, deixando alguns de meus escritos no blog http://tudomenosumpouco.blogspot.com/. Entrar em contato com outros textos, como os contemplados pela revista Literatas, é certamente de meu interesse.



    "Poeta como Ninguem"


    Mauro Brito – Maputo

    Certamente nunca fui ninguém

    Hoje sou essa veia de cultura na letra

    café com letras dançando

    pois poetas ficam inalando o sabor da chuva



    Nos caminhos da solidão, sequer tem

    bandeira

    veste se de poeira que intitula a estrada

    poeira negra que teima nas estradas nacionais

    repetindo gostos não atontadiço





    Poetas exercitam se nas no alfabeto

    Prendem se espectrografia multicolor

    com belas jogadas insistentes

    aldrabando a sociedade embriagada

    Domesticado nas letras



    incumbido de novas missões

    querendo ser muitas vidas

    pé descalço, ranhoso, estaladiço

    maltrapilho no mundo dos sapatos sem sola

    Kuphaluxa realiza Sarau de Poesia em homenagem a José Craveirinha neste sábado



    O Movimento Literário Kuphaluxa realiza no próximo sábado dia 28 de Maio, um Sarau de Poesia alusivo ao 89º Aniversário do poeta José Craveirinha.
    O evento terá lugar na Casa do José Craveirinha, no bairro da Munhuana (Mafalala) arredores da cidade de Maputo, a partir das 15:00 horas e juntará vários declamadores e poetas que exaltarão a poesia do Poeta – mor.
    Este Sarau será o seguimento do evento a decorrer no Centro Cultural Brasil Moçambique na quinta-feira, de relançamento da Obra “Maria”, outra actividade que visa homenagear o poeta!
    O Kuphaluxa, pretende com este evento, fazer conhecer aos jovens, o Craveirinha para além de Poeta. Mas também, um Homem e Cidadão que fora e com certeza continua sendo, nas suas três vidas.
    Calane da Silva, Pedro Muiambo, Sónia Sultuane, entre outros escritores, farão parte do evento como convidados especiais, para além dos declamadores dos grupos Poetas D´Alma, do Instituto Cultural Moçambique Alemanha (ICMA), Nkaringana Arte e os do Kuphaluxa.
    A família Craveirinha, vai participar activamente neste evento e vai dar a conhecer alguns segredos de vida quotidiana com o Poeta, constituindo uma oportunidade única para os jovens amantes da literatura e da sociedade em geral. 
    Confirme presença e ou apoio pelos contactos: 
    Celular: (+258) 82 27 17 645
    E-mail: kuphaluxa.blogspot.com
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    Elapo Akha Otchawene (Na minha Terra é bem lá/Longe)


    Izidine Jaime – Maputo

    Elapo akha otchawene
    Onde os ventos calam N’sipos[1] da vida
    E as nuvens dançam o fumo da noite.

    Elapo akha otchawene
    Onde as Omathas[2] tem família
    A mandioca pila o amendoim
    E a terra se esvazia.

    Elapo akha otchawene
    Onde as manhãs se arrependem de ser
    Cronometram o dia para anoitecer
    Onde a caracata e o khwilile bailam no organismo
    E os munepas[3] das árvores fazem turismo.

    Elapo akha otchawene
    Onde os rios cobram impostos,
    A doença não tem postos,
    O alcatrão é vermelho
    E os embondeiros são régulos.

    Elapo akha otchawene
    Onde os n’vorocolos[4] tem horta
    Os grilos proclamam o amanhacer da noite
    E a tradição é a nossa moda.

    Elapo akha otchawene
    Onde não nasci
    mas sou de lá!?


    [1] – Músicas
    [2] – Machambas
    [3] - Espíritos
    [4] – Pássaros

    “Eu sou um petiz igual aos outros”

    Ivan Gujamo - Tete

    Um petiz como eu
    Uma criança igual a mim
    É sempre uma esperança
    Seja bem cuidada ou não, é uma esperança

    Vagueio pelas ruas de costas e ancas nuas
    Destemido das vaias ou apupos
    Vou pedinchando, esmolando o pouco possível
    Desde o mais sensível até ao beneficiário de tudo possível

    Ergo-me de pés juntos próximo ao semáforo...
    Mas sobre os meus pés somente cai a cinza do cigarro
    O vidro do carro eleva-se e o rosto do proprietário oculta¬¬-se

    Ai! Kero sim alguém que me escuta

    Não aprendi o bê-á-bá pela deficiência económica
    Por isso mesmo nem o meu nome sei gatafunhar
    Queria quem me ajudasse a distinguir o certo do errado
    O bom do ruim, o esquerdo do direito e o alto do baixo

    Eu sou um petiz igual aos outros
    Mereço paz, amor e carinho
    Alguém por favor, tire-me desse sarilho

    Não tenho abrigo, nem tecto
    Sou um todo de mau aspecto
    Nas noites não tenho cobertor
    Oh! Jesus meu redentor....
    Nas noites solto gemidos e estremeço convulsivamente
    Ah! Sinceramente.......

    Eu sou um petiz igual aos outros
    Eu quero, é de comer
    Eu quero, é aprender
    Eu quero, é de vestir

    Eu quero mais, conhecer os meus direitos e os meus deveres
    Eu quero ter a protecção contra a violência
    Eu quero como as outras crianças....
    Fechar os dedos e fazer o punho...
    Cantar, saltitar e gritar... Vinha o 1 de Junho

    Ronda da Noite


     Amosse Matavele - Maputo

    Rondam os chuis colonizados pela cor cinzenta
    A pincel pintam o asfalto (sub)urbano recalcado pelas pegadas do judas
    E a forca divina quando e que pisara este lugar invisitável?
    Vigilância: o lupanar do tropel das infindáveis noites agrestes
    Concorrência: a espingarda nas costa do policia e a navalha nas mãos do mabandido-
                                                         o herói da esquina
    Onde a vida calha                       
                                            Mas
    A morte não falha

    Uma viagem pelo cinema Italiano em Maputo


    NELCI-MOZAMBICO promove Ciclo de Cinema Italiano, de 23 a 27 de Maio de 2011, na Sala Magna da Faculdade de Medicina -UEM das 15:30 ás 17:30. Maputo.
     
    Entrada Livre

    NELCI-MOZAMBICO promuove lo Ciclo di Cinema Italiano, de 23 a 27 maggio 2011, nella sala Magna della Facoltà di Medicina-UEM Dalle 15:30 alle 17:30
    Ingresso Libero

    Passe a Palavra /
    Spargi la voce

    encontre-nos em www.facebook.com/pages/NELCI-MOZAMBICO
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    Quem


    Pedro Du Bois – Itapema – Brasil


    Não me queima o futuro
    em orações e gestos
    de apadrinhamento.

         O verbo referencia a ação
         na necessidade do ato.

    Sou passado transgressor
    de físicas leis: tempo
                     e espaço.

         O verso reflexo da palavra
         revolvida ao ser lembrada.

    Sou presente ausência do significado
    elencado no discurso: medo
                         e sensação vazia
                         do que em mim
                         se desespera.


    Exposição de poemas atrai público em Belo Horizonte


    Poesia Para Parar o Tempo ( Exposição )
    Categoria: Exposições
    GRATUITO
    Data: 17/05/2011 a 05/06/2011
    Local: Rodoviária
    Praça Rio Branco, s/nº - Centro
    Tel. 3271-3000
    das 8h às 20h. Exposição de Antônio Carlos Dayrell. A mostra apresenta poemas visuais, crônicas que examinam o cotidiano e desenhos contextualizados, elaborados pela artista plástica Iara Abreu, ilustradora do livro artesanal que dá nome à exposição. A mostra fica aberta ao público na Galeria de Arte do terminal, no hall principal. Entrada Franca.

    Justina, a escolhida


    David Bamo - Maputo

    É o grito mais alto que o próprio alto
    É a loucura mais louca dos malucos
    É a orgia das nossas tribos

    São os Bamos e os Langas
    A delirarem de prazer
    Lacrimejam pela doçura genital

    Unem – se os corpos
    Beijam – se os lábios
    Amam – se os corações

    É fim da minha solidão
    Bem vinda a felicidade
    Chegou a Justina
    A minha escolhida

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