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    EDITORIAL-42: Eis a neblina dos nossos tempos!

    Eduardo Quive



    Até poderá parecer uma réplica daquilo que o jornal angolano de Artes e Letras, Cultura, vem se referindo na introdução do seu director e editor-chefe, José Luís Mendonça, sobre a pressa e alguma imaturidade em algumas obras de novos autores angolanos, facilitada pelo facto destes terem algum capital para custear as suas publicações. Certo, caro Mendonça, é verdade que há em algum momento, uma exacerbada paixão pelos passos rápidos, esquecendo-se do ditado que diz “de vagar vai-se longe”.
    Mas como nos vínhamos introduzindo, justificando a possível não réplica da justa opinião de José Luís Mendonça, no Cultura número 10, queremos concordar com o escritor (apesar de ele não se considerar), Andes Chivangue que regressado de Portugal a semanas, aceitou ser entrevistado pela Literatas.
    Chivangue chega à conclusão mais conhecida, só que falada nos corredores e pelas costas de muitos escritores, que há na Literatura Moçambicana, fantasmas que de lírica e arte só tem, o temor que as pessoas sentem delas e, os lóbis que eles conseguem para chegar à determinados fins. E o que concordamos na verdade? É que há de facto a mania de se fazer da literatura um campo de batalha bastante sangrento para se sustentar a soberba e a ganância de um punhado de gente. Tal punhado que, infelizmente, encontra-se espalhada um pouco por todos os lados, acabando se parecendo a maioria.
    Andes Chivangue que não cede entrevistas já há tempos remotos desde que esteve envolvido numa polémica iniciada pelo seu companheiro Midó das Dores, ambos fundadores do Núcleo Literário Xitende da cidade de Xai-xai, província de Gaza, sobre a suposta morte de literatura moçambicana, é quanto a nós, uma pessoa que se afigura na literatura nacional como coerente e que poderá não lhe passar pela cabeça, se calhar, ser um dos vencedores desses tais prémios, já que não deixa de tecer críticas sobre os mesmos. Ou cala e como ou fala e morre de fome. Ou deixamos andar ou paramos com as falcatruas que ao mesmo tempo nos acabam. Uma escolha ditará o futuro de qualquer um que a faz. A verdade é que urge quebrar-se os sussurros que vão de ouvido a ouvido, olho a olho piscando sobre alguma dúvida já mais esclarecida no seio da classe literário. Esses sussurros podiam ser um forte barulho para que isto tome um outro rumo.
    O crítico literário Francisco Noa é ciente que esses são problemas que não se ultrapassarão enquanto o estômago depender da boca, ou melhor, enquanto a fome e falta de comprometimento artístico por parte de tais senhores dos negociatas não cessar, havendo por conta disso, uma chuva de obras vencedoras de prémios e que só agradam a pressa e arrogância de tal autor condenado a pagar dízimos aos júris ou organizadores dos prémios. Noa vendo-se cercado desses esquemas que deixamos andar, traz uma nova e, quanto a nós, boa ideia, sobre a instituição de concursos de leitura em vez de escrita, afinal, os nossos escritores que se consagram logo na primeira obra que até vence prémios, são iluminados na escrita, mas da tal escrita, o que se consegue chegar à verdade é que não vem de leitura nenhuma.
    Portanto, caros leitores e, em particular ao José Luís Mendonça, se o problema de Angola é o facto de ter escritores que se fazem pela capacidade financeira de publicar o que quer que seja, há alguns cá, neste país tido como a Pérola do Índico, que até são pobres, pobre duplamente: intelectual e economicamente. O presidente da República chama-os pobres mentais quando vai aos distritos em acções de Presidência Aberta e Inclusiva, mas eles não se encontram lá, estão aqui, entre nós a camuflarem-se como autênticos Halakavumas, ou Pangolim no português que nos une. No entanto, o jeito para publicarem seus livros é mesmo ganhar um concurso literário, de escrita. Eis a neblina dos nossos tempos …

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