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    O que há para celebrar quando o presente é oposto ao passado?

    Japone Arijuane - Moçambique



    A

     Celebração é, e deve ser, considerada e concebida como o momento alto de uma satisfação interior e exterior; individual ou colectiva. Uma satisfação de cumprimento de uma dada tarefa, luta ou mesmo um desafio; a mesma deve ser encarada com o espírito de missão cumprida. Sendo esta o auge de uma satisfação, deve habitar no interior de toda colectividade contemplada; de todas as individualidades chamadas a celebrar e, nesses moldes, que seja uma celebração sem vencidos e sem vencedores. Não se pode celebrar em nome de famílias enlutados, e muito menos, em nome das vítimas e vitimados; se não, melhor uma reflexão em vez de celebração. Os momentos de reflexão que hajam, quando assim exigirem. E a celebração não seja pela quantidade de anos passados, sem que nestes anos algo se tenha feito para comemorar. A celebração, que seja pela quantidade e qualidade de desafios, tarefas ou lutas ganhas em menor espaço de tempo.
    Passam-se neste mês o 125º aniversário da Cidade de Maputo, será que nós os citadinos desta urbe somos dignos de uma celebração?, ou de uma profunda e colectiva reflexão? E se for celebração, o quê que estaríamos a comemorar?
    Ora vejamos, meus caros maputenses, a demanda demográfico esta cada vez mais incontornável, e esta sem acompanhamento infra-estrutural; como consequência a falta de habitação tornou-se o pão de cada dia; a falta de saneamento do meio, a intransitabilidades nas das ruas, a marginalidade gritante das famílias de baixa renda; que como causa e efeito sobe incansavelmente o índice da “pobreza urbano”, mendicidade, a violência etc. O cancro dos transportes urbanos, hoje municipalizados; mas, mesmo assim, cada vez mais grave a falta destes. E sem esquecer-se dessa questão que já tem carapinhas brancas, a questão do lixo na cidade; que por ser tão grave e crónica alguns fingem em não ver. E o que dizer do elevado consumo de álcool da juventude e não só; que, quando ébrios além de regarem as acácias a urinol, brincam de rali nas vias públicas e mancham indelevelmente as as mesmas ruas a vermelho. A prostituição que antes era na rua do bagamoyo, hoje várias esquinas foram abertas, novos postos se formam em qualquer esquina da “cidade”. Caro munícipes o que há para celebrar? O parque imobiliário do Zimpeto?, cujas casas da vila olímpica que antes mesmo de dois anos clamam o final do jogo? Há desertificação dos jardins, - sem comentários ao zoológico, aliás zoo-ilógico.
    Alguns distraídos, como uma vez alguém chamou opostamente os lúcidos deste país, dirão que celebram as novas construções dentro da cidade. A questão é: aquém beneficiam estas construções?, aos citadinos comuns feito eu e tu?, ou os outros? Estes que mais para além da distracção, dirão o projecto da circular de Maputo, que inclui a ponte sobre KaTembe, não acham ser sedo de mais para celebrar um jogo ainda por jogar?, lembrem-se da memória tão fresca do massacre de Marraquexe. O que celebrar?, a nova subida, sem pressupostos básicos, dos preços dos transportes públicos?, e desta que celebração esperamos? Não será esta semelhante que se deu nos dia 2 e 3 de Setembro?
    Meus caros munícipes desta cidade das acácias urinadas, acham que temos motivos de celebração? Porque que, além de celebração, não chamarmos esta data de reflexão? Reflexão dos 125 anos de um lugarejo de dificuldades, cujo nome é Maputo? Não acham se continuaremos a chamar desta data de celebração haverão vencidos e vencedores? Ou mesmo derrotados e ganhadores? Que haja honestidade!

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