De: Américo Matavele - Maputo
Revela-te
Dentro desse desejo que escondes de ti mesma.
Pois no profundo da tua retina chuvosa
Descubro a imagem guardada num nicho sagrado
Que tu veneras, mas não assumes
E negas que existe orvalho nas madrugadas dos teus olhos.
Ficas entre cinzas quentes, incubando esse sentimento
Enches de coragem as emoções para se eutanazarem
Prendes suspiros que explodem em soluços no teu âmago
Choras lágrimas interiores atrás desse sorriso débil e social.
Ficas no escuro de si própria desenhando um destino diferente
Negando assumir os caminhos que o coração se autodesenha
Escondendo-se de si mesma atrás dessa indiferença atenta
Jurando não me ver através dos teus soslaios óbvios.
Oiço o estrondo do teu coração quando apareço
Sinto electricidade nas tuas veias quando te toco
Oiço suspiros a gritar no meu ombro quando te abraço
Vejo lágrimas nos teus olhos quando me despeço.
O que farás com todo esse sentimento madame?
Onde guardarás os suspiros saciados no teu interior?
A quem despejarás esse teu desejo que negas assumir?
Pois o nível social que te matreca não é tábua de salvação.
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