De: Eduardo Quive - Maputo
Rasgado de corpo e despedaçado de coração, procurando um alívio que ultrapassa a todos de volta para mim, cercando-me os caminhas de toda a eternidade.
Não procurara mulher, procurara um amor, não procurara sexo, procurara prazer, entre as mãos do mundo que navega oceanos cheios de ilusões e sereias enganadoras, mas que a todos atraem e seduzem.
No escuro a minha pele gritou, todas vozes se calaram e os nossos corpos poetizaram-se entre chamas que ardiam do mais profundo da alma, nas últimas chuvas do verão.
Dias antes, chamara-me de meu nome, mesmo na hora chamara-me paixão ou qualquer outra coisa que enchia-me de mais tesão.
Entre os quatro cantos do mundo, transmitiram-se por nossa via, a intercessão entre o ceu e a terra.
Nos quatro cantos do meu quarto, sob o teto de quem Deus não fez, nem diabo, nem ninguém.
Não éramos nós.
Fizera amor com todos os meus gostos e gestos.
Sem olhar para mim mesmo nem para ela.
Num autêntico vai e vem dos prazeres mais ocultos, com fama de serem bons e pecadores.
Nenhuma mulher fizera com migo sexo igual e de igual maneira.
Roçava-me o corpo todo e lambia-me até os cabelos.
Molhava-me o corpo todo com o seu calor e enchiam-me de desejo aos seus gritos de satisfação e glória procurada.
Embriagados com os nossos corpos, procurávamos o que o Adão e a Eva encontraram nas manhas da cobra maldita e rastejávamos como se fossemos a própria cobra amaldiçoada entre todos os animais selvagens, roubando-nos todos segredos e mergulhando no prazer já mais sentido.
Gritos de satisfação e de desejo pairavam entre nós.
Chamávamos socorros de nós próprios e evitando o pior: ejacular perante a tamanha satisfação que era sem fim.
Foi assim a minha última noite, com a minha cama vazia, e com saudades de qualquer amor que seja.
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