Jessemusse Cacinda - Nampula
São longas noites
Que passo aos sonos moribundos
Me desespero no açoite
Daqueles que têm fundos
Passo! Versos de amor
Escrevendo
E versos de dor
No papel pintando
Utopias metafísicas
Acompanham as veias poéticas
Que me levam a não dar ouvidos
As críticas Platónicas
Muikhwiris(1) rondando a minha palhota
Voando na peneira para qualquer frota
Prostitutas sem medo circundam
O matador (2) e de carro em caro saltitam
É tempo de fazer dinheiro
Que é o bem supremo
Pelo mundo inteiro
Outros roubam, outros agridem
E sobre o corpo de outrem, outros se estendem
E eu, rico de tanta pobreza
Confesso os pecados que cometi durante o dia
Com coragem e frieza
Escrevo esta poesia
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(1) Feticeirio em Emakhuwa, língua de nampula
(2) Nome do meu bairro
2 comentários:
Ah! noites de uma cidade africana descritas neste poema de Jessemusse Cacinda. Gostei e igualmente fico feliz por saber que a literatas nao so esta dar oportunidade a jovens escritores de Maputo, mas de Mocambique no seu geral.
Bem haja Literatas. Daqui em breve estes escritores se chamaram geracao literatas, porque estao mesmo a escrever.
Paulo Bernardo - Sofala
Jessemusse Cacinda, eu estava com esse jovem em Pemba na semana do festival Tambu Tambulani Tambu, gostei dos espectaculos. Afinal poesia mexe mesmo coracoes. Tenho os videos que depois vou postar no meu facebook.
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