De Francisco Júnior
Ficaram somente palavras,
Algumas guerrilhando,
Outras de mãos estendidas mendigando,
Outras nas lembranças
Do tempo glorioso,
Quando a poesia era um grande meio
De divulgação de sentimentos e verdades.
Não sei o que faço com as palavras,
As recém nascidas,
As envelhecidas com as suas bengalas,
Pois nem direito a pensão da velhice tem,
Com as jovens,
Pois estão sem emprego.
Ninguém quer saber delas,
Pois a poesia morreu.
A fábrica da poesia faliu
Por falta de clientes,
Demoliram o mercado das palavras.
Alguns analistas
Justificam a falência
Com a crise mundial dos idiomas
Outros com a globalização.
Surgiu um novo negócio
Vender a grosso a embriaguês.
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