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    Editorial: A força(da) Mudança


    Eduardo Quive - Maputo

    Finalmente é sexta-feira! Na lenda moçambicana sexta-feira é dia do homem, o dia das mulheres ainda está por se instituir, mas há quem diga que é domingo, na Igreja enquanto os homens dormem engolidos pela ressaca. Lendas e lendas, quem o diz? - é o povo - nunca o fulano ou sicrano. A Lenda é mesmo assim, seu autor não é tangível, a autoria é de qualquer um ao mesmo tempo que não é de ninguém – Património da Humanidade.
    Essas reflexões nos traz o autor de Reclusos do Tempo, Alex Dau que para além da criatividade sabe ouvir histórias do povo e traduzi-las. Afinal o que o povo conta pode ser um ponto de partida para um conhecimento científico. Alex Dau, reconhecendo esse potencial que herda dos seus tempos em Quelimane, cidade onde nasceu, transformou o que o povo diz, em matéria de leitura não só porque são histórias que mexem com o seu âmago, mas porque teme que a mudança quase que descontrolada e apressada dos tempos tome conta de tudo.
    Numa breve incursão pela forma que nasce o escritor em si, buscamos a sua obra, a sua vida a sua sensibilidade para com os factos históricos da Literatura Moçambicana, afinal, estamos perante um jovem que apesar de publicar seu primeiro livro em 2004, caminhou com a história literária nacional desde princípios dos anos 90, momento em que há mais uma mudança forçada nas nossas letras, com a Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) e a Geração Charrua no centro do furacão. Estamos a falar de tempos em que uma outra geração, além dos charuanos, queria seu espaço.
    As mudanças sempre nos perseguem por mais que sejam conflituosas. Mesmo a lembrar Lucílio Munjate no dia 12 de Julho, durante a mesa redonda sobre de onde vem os escritores de hoje, a história da Literatura Moçambicana, quando se trata de entrada de escritores mais novos, é marcada por uma certa relutância por parte dos que já merecem o título de escritores.
    O que mais desperta atenção ainda, é o facto de haver pouca cultura de aceitação do outro como seu par e partilhar experiências como tal. Muitas vezes parece que é intenção de quem já subiu um degrau, chutar a quem de baixo ainda vem e sempre que possível, ocupar todos espaços vazios.
    Isto pelo menos Alex Dau partilha, aliás, reitera que as barreiras sempre existiram, o que faz-nos ainda, voltar a ideia de Lucílio Manjate: as revistas literárias em Moçambique surgem sempre para responder a uma necessidade pontual dos que estão em volta delas, os novos, os acotovelados o que significa que, os Ungulani Ba Ka Khosa, Eduardo White, Marcelo Panguana, Juvenal Bucuane, Pedro Chissano, Armando Artur, e os demais, criaram a Charrua para expor os seus trabalhos. Na mesma sequência, surgiram o Oásis, Lua Nova, curiosamente estas duas revistas, ligadas a AEMO aqui em Maputo e o Xitende, um pouco por fora, na cidade de Xaixai (nos próximos números será publicada uma entrevista com o editor dessa revista). A ideia é sempre a mesma, contornar os percalços dos que já são escritores.
    Na verdade estamos em momentos em que as mudanças ocorrem sem que as desejemos, mas porque o próprio tempo, já está farto do caranguegismo de que se compõe a nossa história. É esta, portanto, uma entrevista também para contar a história.
    Verdade ou mentira, o facto é, estamos realmente em tempos de mudanças e porque não só mudam os tempos, os homens também mudam, Gabriel García Marquéz, poderá ter uma aposentadoria antecipada.
    Muitos outros assuntos marcam este número e a semana em que destacamos a escritora brasileira Conceição Evaristo no nosso livro como a personagem principal.
    De resto só a boa nova de que podemos nos ver e dialogar todos dias. Literatas agora é todos dias em: http://revistaliteratas.blogspot.com.

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