Eurico Chichango - Moçambique
O mestre das artes plásticas moçambicanas, Malangatana
Valente Ngwenya, foi homenageado no dia 23 de Julho de 2012 pelo consulado de
Portugal em Maputo. A homenagem que é resultado de uma iniciativa do Consulado
Geral de Pertugal em Maputo e da Fundação Malangatana, contou com a presença de
amigos e admiradores que de perto ou de longe compactavam a sua obra em vida.
Na ocasião, foi publicada uma brochura com algumas das suas obras e mensagens
escritas por escritores, artistas plásticos entre outros amigos do já falecido pintor-mor.
Um ano depois da
morte de Malangatana, a 5 de Janeiro, o consulado de Portugal rendeu homenagem a essa figura como forma de imortalização
e reconhecimento da sua obra num evento que estiveram presentes dentre vários
nomes das artes moçambicanas, os escritores Calane da Silva, Luís Bernardo
Honwana, António Forjaz, o antigo primeiro ministro de Moçambique, Pascoal
Mucumbe e o conceituado músico de jazz, Morreira Chonguiça, que lembraram de
alguns momentos que passaram com esse artista.
Ao por em pé a brochura
que tem os testemunhos de artistas amigos de Malangatana Valente Ngwenya e a
sua biografia, o Consulado Geral de Portugal em Maputo,, no acto representado
ao mais alto nível pela respectiva cônsul, Graça Gonçalves Perreira, pretende
contribuir para que se conheça e se compreenda a genialidade da obra que
Malangatana deixou ( da pintura a escultura, literatura, cenários, painéis,
murais, desenho e pintura de objetos diversos).
A brochura,
contendo obras que o mestre pintou dentro e fora de Moçambique, inclui a sua
ultima obra “A Italiana” na qual Malangatana pela primeira vez pintou um carro.
Entretanto, a Fundaçao
Malangatana, representada pelos filhos do malogrado, louvou a iniciativa de se
homenagear Malangatana e disse que eventos desta natureza deviam acontecer mais
vezes, como forma de valorizar não só esse artista, mas a cultura moçambicana
no geral.
Luís Bernado
Honwana, um dos escritores que assina a obra, disse na ocasião que Malangatana
explorou, enquanto crescia como artista, todas formas alternativas de intervenção
que se lhe forneceram. Que se calhar a própria atividade nacionalista que levou
as masmorras da PIDE não terá deixado de construir, em certa medida, uma outra
forma de fidelidade as raízes antropológicas da sua arte. Antes dos seus murais
foram as tentativas de teatro, os grupos de dança, a música coral.
“ Uma vez, numa
conversa na minha casa, com Malangatana, ele olhou para mim e disse que sempre
quis conhecer-me, pois, sempre perguntava seus amigos “ mas aquele xidjana onde
é que foi estudar? Este foi um dos momentos que mais me marcaram na relação de
amizade com Malangatana, ele mostrava admiração por mim e eu por ele.”
O Mestre Malangatana Valente Ngwenya, além de artista plástico
foi, igualmente, ceramista, cantor, actor, dançarino e poeta. Malangatana foi
uma presença assídua em numerosos festivais, afirmando sempre a sua origem
africana e moçambicana. A sua obra e reconhecida em todo mundo, tendo participado
em múltiplas exposições individuais e coletivas, integrando diversos júris em Moçambique
e no estrangeiro e participando em múltiplos workshops. Está representado em vários
Museus, em todo o mundo, bem como em inúmeras coleções particulares. A sua vida
e obra têm sido objeto de vários filmes e documentários. (excerto
das declarações de Graça Perreira – na brochura)
E é por este e vários
outros motivos que Malangatana, um ano depois da sua morte, e merecidamente
homenageado pelo consulado de Portugal na presença de amigos, familiares e
admiradores.
Recorde-se que
Malangatana Valente Ngwenya nasceu a 6 de junho de 1936 em Matalana, distrito
de Marracuene, falecendo a 5 de Janeiro de 2011 em Matosinhos, Portugal, vítima
de doença.
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