Nelson Lineu – Maputo
O sol
foi-se deitar, e a lua acordou. Nesse dia Jeremias não prestou a devida
atenção, fazia dessa ocasião uma festa porque a mãe disse-lhe que ele nasceu
num instante igual. Esse estado despercebido acompanhou-o também no jantar, que
era justamente o seu prato predilecto, matapa com arroz branco e peixe frito,
que foi ele a escolher quando foi com a mãe no mercado.
A
progenitora fazia questão de sempre brindar o menino quando conseguisse alguma
graça. Nesse dia não fugiu a regra por isso como prémio levou o filho para o
bazar; na hora do jantar era como se comesse contra o seu gosto e quisesse
estar no outro local. A mãe perguntava-se, se a comida não estava como ela tem
feito sempre, a duvida se foi ao notar que os outros filhos comiam com o mesmo
gestos de sempre e palavras como: - mamã não para de se superar.
Ela
não demorou e descobriu que ele estava assim por causa daquela pergunta, que
uma vez ouvira o menino dizer não querer voltar a fazer mais. O que mais a doía
era não poder satisfazer-lhe, pelo menos respondendo a pergunta já que a causa
não estava nas suas mãos. Ela fez de tudo para isso nunca acontecer na sua
vida, dizia-se azarada porque essa não era cultura da sua região do país
(norte).
Depois
do jantar os outros foram ver novela e ele saiu para brincar, a mãe não reclamou
pela hora, porque sabia que o menino logo voltava, não estava com ânimo para
tal. Ele foi a cama como os outros também fizeram, mas naquele momento queria
ir ou estar em qualquer sítio menos na cama, resistiu quanto pode, porque o
sono foi vencido no jogo com os ponteiros. Acordou, saiu correndo com ramelas
ainda nos olhos, pouco vestido e descalço e deitou fora a pergunta:
-
Papá dormiu em casa? – Jeremias só queria mostrar-lhe os vinte valores que teve
no teste.
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