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    O passo certo no caminho errado: Finalmente, a resposta da produtividade


    Nelson Lineu – Maputo


    Eu já estou farta dessas incriminações e acusações mais levianas que vocês, a boca pequena vem falando de mim, inventando nomes e episódios, capacidade para isso nunca vos faltou. Com um tom elevado a vossa voz fez-se mal sentir no memorável cinco de Fevereiro, nos um e dois de Setembro, naquelas manifestações populares aquando da subida do preço dos combustíveis consequentemente o transporte e os produtos da primeira necessidade, houve mortos, destruições de bens de inocentes. Quando os pseudocavalheiros vieram ao público primeiro disseram que as manifestações foram por causa das mensagens enviadas pelo telefone, desculpa de criança que faltou na escola por causa da chuva. Sendo verdade e reconhecendo a eloquência tínhamos que implorar pelos serviços de quem as enviou para chamar pessoas as urnas. Em segundo lugar disseram que vivia-se aquela miséria por causa da produtividade, logo eu que mal conheço-vos, passo na vossa frente esperando um aceno vosso mais nem um sinal, apenas limitam-se a apreciar o meu traseiro, nesses quarenta graus esfriam-se com o meu andar. E se não fossem as consequências das manifestações, quando é que iriam aparecer ao público reconhecer a vossa não virilidade? Reconhecer como quem diz, porque vocês como sempre atiram culpas para os outros não fugiram a regra, agora eu é que sou a culpada, põe-me sobre a responsabilidade da vossa fraqueza da mudança, se a vitória prepara-se e organiza-se como vocês dizem é assim que estão preparados e organizados para vencer? Não a mim, mas aos vossos fantasmas.
    De principio achei que eu seria tinta de mais para a vossa caneta, tentei aproximar de vocês, mandar recados, olhares, parece que mais distanciou-me de vos. Limitam-se apenas a ouvirem histórias dos que já possuíram-me e vão-se deleitando terminando em masturbações, Sonhos, desejos, planos. Até quando? O mais chato para mim é quando gabam-se, tendo-se como os mais maduros, como o exemplo para os outros seguirem, o mais grave ainda é o facto desses outros consentirem.
    Eu não posso chegar para vocês e simplesmente entregar-me, além de não estar tão carente assim como vocês eu também tenho meu orgulho feminino, no vosso caso admito ser tradicional, não como as que se dizem modernas indo atrás dos homens. Pelo vosso perfil percebi que não me darão valor mais tarde. Por caridade digo: o vosso problema não sou eu, produtividade mas sim a improdutividade (a casa dos fantasmas), como vocês próprios apontam no vosso discurso sobre a pobreza absoluta ela também está no mesmo lugar, vossa cabeça.

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