Eduardo Quive
31 de Agosto de 1982, nasce a Associação dos Escritores Moçambicanos. Somos de hoje, mas atentos aos de sempre. Já ouvimos por muito que a eternidade de um escritor marca-se pela publicação de um livro. É na verdade o escritor que está no centro de uma agremiação como a AEMO que tem na sua história momentos da verdadeira afirmação da literatura moçambicana.
E neste número que apesar de ser 44, é seguramente sem contagem porque é única, totalmente dedicada àquela casa onde nascem e vivem escritores, a pesar das posições e contradições que dizem lá haver. A verdade que, felizmente, todos assumimos é que existe uma AEMO, Associação dos Escritores Moçambicanos, entidade que em princípio, tinha que congregar todos escritores nacionais.
Um dos marcos daquela instituição, regista-se em 1984, concretamente, no dia 23 de Junho a quando do lançamento da primeira revista literária de Moçambique depois da independência. Trata-se da revista “Charrua”, esse instrumento que aquecido pelo “sol que nunca desce” desbravou a terra e fez germinar as árvores de que hoje nos alimentos. Podíamos até mencionar os nomes de todos, mas porque no interior destas páginas estão quase todos eles, vamos nos retratar do Pedro Chissano, quem escolhemos homenagear nesta edição.
E porquê Pedro Chissano? Bom, neste momento seria, qualquer resposta que tecesse, colocaria em causa aquela que é a verdadeira pessoa a que nos retratamos. O melhor mesmo, Chissano já fez e trouxemos em cinco páginas. Tudo de uma só vez, os seus “eus”, os amigos, as nostalgias que sente, a vontade que tem, apenas não pudemos trazer o copo de vinho que que acabou enquanto fazíamos a entrevista.
Neste tempo em que a Associação dos Escritores Moçambicanos poderá verificar “grandes” mudanças, aliás, apoiadas pelo actual secretário-geral Jorge de Oliveira, encontramos várias opiniões divergentes, mas numa coisa elas convergem, é preciso que se faça alguma coisa. Pois é, o pior mesmo, é ver o leite a derramar, esperar que ele jorre todo para depois sair a chorar feito a saudade que nunca nos deixa viver outros tempos.
Caríssimos, quem somos nós para falar de uma instituição que conta com 30 anos de existência? Ainda mais quando o próprio secretário-geral e aqueles que o antecederam nesses cargos assumem o protagonismo nesta edição?
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