De: Francisco Júnior – Maputo
Um dia mato estas palavras,
Mas antes de mata-las
Irei bebe-las gulosamente.
Um dia mato estas palavras
Pois não me deixam sossegado
Dia e noite nesse desassossegado serviço
Sem salário
De ler, aprender, escrever, descrever…
Neste sonâmbulo viver.
Sem elas seríamos mudos
E não ouvíramos tantas mentiras.
Sem elas não assistiríamos
Estes cómicos diálogos
No parlamento da nação.
Sem elas…
Sem elas…
Sem elas…
Monologaríamos eternamente.
Mas sem elas
Como escreveria as malditas cartas de amor
Para te Maria.
Sem elas como te diria
Que te amo
Que gostei do seu beijo molhado.
Sem elas quem seria eu?
Se não sei mais nada
Alem de viver por elas
As malditas palavras.
Por isso um dia mato estas palavras
Para me ver livre de mim.
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